IMPACTO DO “TARIFAÇO” DE TRUMP SOBRE O SETOR DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E MOVELARIA NO BRASIL
- Consult Expert

- 27 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de ago.

Entenda como o “tarifaço” dos EUA está afetando MatCon e móveis no Brasil e saiba como controlar estoque e fluxo de caixa para se proteger.
INTRODUÇÃO
Em agosto de 2025, o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos começou a surtir efeitos: alíquotas de até 50% sobre produtos brasileiros passaram a vigorar, gerando incerteza e pressão sobre diversos setores. No segmento de Materiais de Construção e movelaria, os primeiros quinze dias de agosto já revelam sinais claros de impacto: queda nas vendas, reajustes de preços, retração na confiança. Para gestores de lojas dessas áreas, o desafio agora é ajustar processos, manter margem e proteger o caixa em um cenário volátil.
CENÁRIO ATUAL DO SETOR E CONTEXTO DO TARIFAÇO
Dados da “Enquete Papo de Varejo” (primeiros 15 dias de agosto)
70 % das 1 000 lojas consultadas relataram queda nas vendas.
20 % não notaram mudanças em relação a julho.
10 % afirmaram estar vendendo mais.
Nordeste registrou leve crescimento; Norte e Centro-Oeste caíram 3 %; Sul e Sudeste foram mais afetados, com queda de 6 %.
Muitas lojas já estão negociando preços mais baixos com fornecedores.
A recomendação: atenção redobrada no controle de estoque e no fluxo de caixa.
PANORAMA NACIONAL E SETORIAL
Setor Moveleiro e Indústrias Associadas
Estados Unidos elevaram tarifas para 50 % sobre móveis brasileiros, impactando fortemente o setor e levando empresas como a Temasa (SC) a suspenderem exportações e parte da produção (Times Brasil- Licenciado Exclusivo CNBC, Blog do IBRE).
O setor moveleiro emprega cerca de 1,1 milhão de pessoas, e já enfrenta cancelamentos, férias coletivas e risco de demissões (Comex do Brasil).
Em Minas Gerais, mesmo sem exportar diretamente aos EUA, o custo do MDF aumentou até 25 %, elevando o risco de demissões e queda de vendas no setor de marcenaria e movelaria (O Tempo).
Construção Civil
A CBIC mantém projeção de crescimento de 2,3 % no PIB da construção para 2025, embora já observe queda na confiança e desafios com juros altos e crédito mais caro (CNN Brasil).
O principal temor não são as exportações — pouquíssimo expressivas no setor — mas o efeito multiplicador sobre a economia, o emprego e o PIB (UOL Economia).
Impactos Macroeconômicos
Um estudo da Fiemg estima que o tarifaço poderá reduzir o PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões em até dois anos, com perdas de 146 mil postos de trabalho e queda de R$ 2,74 bilhões na renda das famílias.
Apesar das isenções anunciadas em julho de 2025, ainda 77,8 % da pauta exportadora para os EUA sofre tributação adicional, e mais da metade enfrenta sobretaxas de 50 % (Gazeta do Povo).
Comparativo: MatCon vs. Movelaria
Aspecto | Materiais de Construção (MatCon) | Movelaria / Marcenaria |
Exposição direta | Baixa — pouco exporta; impacto mais indireto via PIB | Alta — exportadores fortemente atingidos |
Causa principal de impacto | Queda no PIB, crédito restrito, confiança em baixa | Tarifas sobre produtos e insumos (MDF + móveis) |
Realidade regional | Sudeste/Sul mais afetados nas vendas internas | Exportadoras no Sul (SC, PR) sentem forte pressão |
Ajustes necessários | Monitorar demanda e reduzir estoques lentos | Negociar matéria-prima, redirecionar produção |
Estratégias Práticas para Gestores
Controle rigoroso de estoque
Identifique produtos de giro lento, evite excesso de estoque — principalmente em regiões mais afetadas (Sul/Sudeste).
Prefira reposição rápida a estoque volumoso.
Fluxo de caixa sob vigilância
Reforce o caixa: negocie prazos com fornecedores, ajuste condições de pagamento com clientes, revise despesas não essenciais.
Diversificação de mercado e fornecedores
Para quem produz, avalie novos mercados alternativos; no varejo, preze por produtos com menor participação da moeda americana no custo (insumos importados).
Canais de comunicação com clientes
Use a transparência como aliada: explique aumentos pontuais de custo (como no MDF), ofereça soluções e mantenha a fidelidade.
Benchmarking e colaboração setorial
Ações como linhas de crédito emergencial, adiamento tributário ou incentivos fiscais devem ser buscados junto a sindicatos e entidades — como tem sido pleiteado pelo setor moveleiro (O Tempo, Blog do IBRE).
O “tarifaço” iniciado em agosto de 2025 trouxe um choque direto à movelaria exportadora e um impacto indireto ao varejo de materiais de construção, especialmente via PIB e condições de crédito. Em um cenário de incerteza global, proprietários e gestores devem agir com agilidade: otimização de estoques, foco no caixa, renegociação estratégica e busca por apoio institucional.
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