REFORMA TRIBUTÁRIA 2026 PARA VAREJO
- comercial52386
- 31 de out.
- 4 min de leitura
O que donos de lojas e marcenarias precisam saber para o início da transição
A Reforma Tributária representa a maior mudança fiscal das últimas décadas no Brasil — e seus primeiros efeitos começarão a ser sentidos já em 2026.
Para quem tem loja de materiais de construção, marcenaria sob medida ou outro negócio de varejo, compreender o cronograma e se preparar com antecedência é essencial para evitar custos extras e aproveitar as oportunidades que virão.

Este guia prático explica as principais fases da transição e o que muda (ou não) para quem está no Simples Nacional e no MEI.
2026: o início da transição e a convivência entre dois sistemas
O ano de 2026 marca o início da implantação prática do novo modelo tributário, que passa a conviver com o sistema atual por alguns anos.
O novo modelo adota o Princípio do Destino, ou seja: o imposto será pago no estado e município onde o consumidor final está localizado, e não mais onde a venda foi originada.
Exemplo prático: se sua loja em São Paulo vender para um cliente em Minas Gerais, o imposto será recolhido para Minas. Isso exige revisão logística e fiscal, principalmente para quem faz entregas interestaduais.
O que permanece igual para o Simples Nacional em 2026
O Simples Nacional — regime adotado pela maioria das lojas de varejo — permanece ativo e com as mesmas alíquotas durante todo o ano de 2026. As empresas continuam recolhendo o DAS normalmente, sem nenhuma cobrança adicional de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) ou CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).
Mas atenção: há ajustes tecnológicos obrigatórios.
Sistemas de Nota Fiscal precisarão ser atualizados para incluir os novos campos de IBS e CBS, mesmo que o Simples ainda não passe a recolher esses tributos separadamente. Isso significa que seu software de gestão ou ERP precisará estar adaptado até o início de 2026.
2027: o nascimento do “Simples Híbrido”.
A partir de 2027, entra em cena a maior novidade da Reforma: as empresas do Simples poderão escolher entre duas opções de recolhimento.
Opção | Vantagem Principal | Indicada Para |
1. Continuar no Simples (Simples Híbrido) | Mantém o recolhimento unificado no DAS e a simplicidade administrativa. | Lojas que vendem para o consumidor final (B2C), como varejos de bairro e marcenarias que atendem pessoas físicas. |
2. Optar pelo IVA Dual (fora do Simples) | Permite gerar créditos tributários para os clientes, o que o Simples não permite hoje. | Lojas e marcenarias que vendem para empresas (B2B), como fornecedoras de construtoras, designers e arquitetos. |
Atenção: optar pelo IVA Dual pode aumentar a complexidade contábil, exigindo controle fiscal mais rigoroso e possivelmente custos maiores com contabilidade — mesmo com o benefício dos créditos tributários.
E o que muda para o MEI?
O MEI (Microempreendedor Individual) também será mantido, com regras simplificadas.Entretanto, a partir de 2027, há duas mudanças importantes:
Emissão obrigatória de Nota Fiscal, inclusive para vendas a pessoas físicas.
Redução gradual da carga tributária (ISS e ICMS) até 2033, quando o valor fixo pago mensalmente será mínimo.
Essas medidas pretendem manter o MEI atrativo e integrado ao novo sistema.
Linha do Tempo da Transição
Ano | O que acontece |
2026 | Início do período de convivência entre o sistema atual e o novo. As empresas do Simples seguem recolhendo normalmente, mas já devem atualizar seus sistemas fiscais. |
2027 | Entrada do Simples Híbrido e início da possibilidade de optar pelo IVA Dual. |
2029 a 2032 | Redução progressiva dos impostos antigos (ICMS, ISS, PIS, COFINS). |
2033 | Extinção definitiva dos tributos antigos e funcionamento completo do novo sistema de IBS e CBS. |
Impactos específicos para construção e marcenaria
Nos setores de materiais de construção e marcenaria sob medida, a Reforma traz implicações diretas:
Para quem vende para obras e construtoras: o novo sistema permitirá créditos de IBS/CBS, o que pode tornar os fornecedores fora do Simples mais competitivos.
Para quem vende no varejo local: o Simples Híbrido tende a ser mais vantajoso, preservando a simplicidade e evitando aumento de burocracia.
Para marcenarias sob encomenda: é importante verificar com o contador se sua atividade será enquadrada como prestação de serviço ou venda de produto, pois isso influencia o tipo de imposto e a geração de crédito para o cliente.
O que esperar da carga tributária
O governo promete neutralidade tributária — ou seja, que a carga média total não aumente.Mas, na prática, o impacto vai variar conforme o tipo de negócio e sua cadeia de fornecimento.
🔹 Lojas com alta venda B2B podem ganhar competitividade. 🔹 Negócios de varejo puro (B2C) devem manter carga semelhante, mas precisarão investir em tecnologia e controle fiscal.
Por isso, o ideal é fazer uma simulação com seu contador ou consultor tributário, comparando os dois cenários: Simples Híbrido x IVA Dual.
Próximos Passos para sua Loja
Converse com seu contador para mapear se seus clientes são mais B2B ou B2C.
Atualize seu sistema de emissão de notas fiscais para os novos campos obrigatórios.
Capacite sua equipe para compreender as mudanças e evitar erros na emissão de documentos.
Acompanhe as leis complementares — as alíquotas e detalhes finais ainda serão regulamentados.
Planeje 2026 como um ano de teste: revisar processos, simular cenários e preparar o negócio para 2027.
A Reforma Tributária não é apenas uma mudança de imposto — é uma mudança de lógica.Empresas que entenderem cedo o impacto sobre seu modelo de venda, seus clientes e sua operação sairão na frente.
Antecipar-se às mudanças significa proteger sua margem, seu caixa e sua competitividade.
🔍 A Consult Expert pode te ajudar a fazer o diagnóstico de gestão e montar um plano de adaptação personalizado para 2026 junto com o seu contador ou com o seu tributarista. Entre em contato e prepare sua loja para o novo cenário fiscal.



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